sábado, 4 de junho de 2011

"As coisas parecem se mover
(ou não),
delírios dos olhos cansados
de olhar o nada
(ou tudo)
de um vazio preenchido de
excesso de dualidade.
Dois lados, dois seres
(dois pares?),
lá se vão os ares
e fico eu novamente
a olhar
o não movimento
estático...
Ir e vir, tão longe vão,
não são
tão reais.
Sonho assim,
de olhos abertos,
por desconhecer-te,
conheço mais a mim!"

D.V.

Auto-anatomia

Corre debaixo da pele,
serpenteia pelas artérias,
vaza pelos poros,
sufoca...
Indeterminante
adrenalina,
os olhos cerrados
não brilham mais
por (para) ti...
Não serão teus os desejos,
nem mesmo fagulhará o fogo
aos teus encantos.
De súbito,
suspira (respira),
sorri (delira),
desfalece.
D.V.

(Depois de ler Kafka, senti saudade de me matar de novo dentro de mim...)